Na próxima segunda-feira (24), completam-se três anos desde que tropas russas invadiram a Ucrânia, iniciando um conflito que devastou grande parte do país e redefiniu as relações geopolíticas mundiais. Recentemente, uma reviravolta nas negociações internacionais trouxe novos desafios para a resolução da guerra.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rompeu com a política de seu antecessor, Joe Biden, e iniciou negociações diretas com o presidente russo, Vladimir Putin. Essas conversas, que visam tanto o fim das hostilidades quanto a retomada das relações bilaterais entre Washington e Moscou, têm ocorrido sem a participação da Ucrânia e da União Europeia. Autoridades dos EUA e da Rússia se reuniram recentemente em Riade, Arábia Saudita, para discutir os termos de um possível acordo.
A exclusão de Kiev das negociações provocou uma reação contundente do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que criticou as tratativas realizadas “pelas costas” e enfatizou a necessidade de incluir a Ucrânia e os países europeus nas discussões. Zelenski também acusou Trump de ajudar Putin a sair do isolamento internacional e de viver em uma “bolha desinformativa”. Em resposta, Trump lançou um ataque verbal ao líder ucraniano, chamando-o de “ditador sem eleições”, em referência à suspensão dos pleitos devido à lei marcial vigente desde o início da invasão russa.
Além das tensões diplomáticas, a Ucrânia enfrenta uma crise interna agravada pela suspensão abrupta do financiamento dos Estados Unidos, ordenada por Trump. Essa decisão resultou no fechamento temporário de centros de apoio a veteranos e na interrupção de programas essenciais de saúde, deixando milhares de cidadãos sem assistência básica. A falta de recursos financeiros impede o governo de Zelenski de suprir essas necessidades, já que os gastos militares continuam sendo a prioridade.
Enquanto isso, no campo de batalha, a Rússia intensificou suas operações militares, realizando um dos maiores ataques aéreos desde o início do conflito. Analistas internacionais expressam preocupação com a possibilidade de que as negociações entre EUA e Rússia possam legitimar ganhos territoriais russos e enfraquecer a soberania ucraniana. A comunidade europeia, por sua vez, teme que a exclusão das discussões possa minar a segurança regional e os princípios de cooperação estabelecidos desde o pós-Guerra Fria.
À medida que o conflito entra em seu quarto ano, a situação na Ucrânia permanece crítica, com desafios humanitários crescentes e um cenário político internacional cada vez mais complexo. A busca por uma solução pacífica e justa exige a inclusão de todas as partes envolvidas e o respeito à integridade territorial ucraniana, princípios que parecem estar em risco diante das atuais movimentações diplomáticas.