A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro rejeitou, na quinta-feira, 11 de setembro, o habeas corpus apresentado pela defesa de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam.
‘Aceito meu castigo’, diz Oruam
Com a decisão, o rapper seguirá preso preventivamente e sem direito à substituição por medidas cautelares.
A relatora do recurso, desembargadora Márcia Perrini Bodart, destacou em seu voto que a manutenção da prisão é fundamental para preservar a ordem pública e garantir a paz social.
De acordo com ela, o artista não apenas respondeu de forma violenta às autoridades, como também incitou moradores do Complexo da Penha a confrontarem a polícia quando desafiou agentes a prendê-lo no local.
O caso ganhou repercussão em julho de 2025, quando policiais civis cumpriam mandado contra um adolescente dentro da casa do cantor, no Joá, Zona Sudoeste do Rio. Durante a operação, houve confronto, e os agentes afirmam que o rapper atacou a equipe.
Ex-juiz Siro Darlan assume a defesa de Oruam
Após o episódio, ele se refugiou no Complexo da Penha, mas dias depois se entregou à polícia. Desde então, está recolhido.
Oruam responde por tentativa de homicídio qualificado contra o delegado Moyses Santana Gomes e o policial civil Alexandre Alvez Ferraz. Ele também acabou indiciado por associação ao tráfico de drogas e ligação com facção criminosa.
Fernanda Valença, noiva do rapper, desabafa
A noiva do artista, Fernanda Valença, usou as redes sociais para comentar o resultado da audiência. Em vídeo, ela expressou indignação e tristeza com a negativa do habeas corpus, relatando que acompanha de perto cada etapa do processo.
“Já adianto que foi negado. Tô muito triste, tô com muita raiva, tô incrédula. Só quem passa sabe o que é viver uma injustiça”, afirmou. Fernanda também criticou o modo como a Justiça vem conduzindo o caso, alegando que provas apresentadas pela defesa não receberam a devida atenção, enquanto os relatos policiais ficaram tratados como prioridade.
De acordo com a influenciadora, entre as provas ignoradas estariam vídeos que mostrariam agressões de agentes contra Oruam durante a abordagem. Ela ressaltou que a acusação de associação ao tráfico não se sustenta, restando apenas o processo referente às pedras atiradas contra uma viatura descaracterizada.
“Querem julgar, mas pelo menos sejam justos. Aquela pedra citada nem aparece no vídeo. Nenhum policial foi atingido. Então, se for para condenar, que seja de forma correta”, desabafou.
O rapper está preso há quase dois meses e a defesa promete recorrer novamente, buscando reverter a decisão. Enquanto isso, cresce a mobilização de fãs e familiares, que alegam perseguição e pedem justiça para o artista.