O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou, neste sábado (19), em solidariedade aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que foram alvo das recentes sanções dos Estados Unidos, incluindo o ministro Alexandre de Moraes. A decisão americana revogou o visto de Moraes e de seus “aliados na Corte”, além de atingir também os seus familiares. A medida foi amplamente criticada por autoridades brasileiras e gerou um acirramento nas tensões diplomáticas.
Em um comunicado oficial, Lula classificou as sanções como “arbitrárias” e “sem fundamento”, deixando claro seu apoio aos ministros atingidos. “Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”, afirmou o presidente, em uma nota divulgada pelo Palácio do Planalto.
Lula também condenou o ato de interferência nos assuntos internos do Brasil, reforçando que a intervenção de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável, e que isso fere os princípios básicos do respeito e da soberania internacional. “A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, destacou o presidente, sublinhando que o Brasil deve ser soberano em suas decisões internas.
Além disso, o presidente fez questão de reafirmar seu compromisso com a preservação da democracia no país, destacando que, apesar das pressões externas, as instituições brasileiras continuarão firmes em sua defesa do Estado Democrático de Direito. “Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito”, concluiu Lula.
O anúncio das sanções dos Estados Unidos foi feito na noite de sexta-feira (18) pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Embora o comunicado não tenha especificado quais outros ministros do STF foram atingidos pela medida, ela foi considerada um gesto de pressão por parte do governo norte-americano sobre a Justiça brasileira, após o ex-presidente Jair Bolsonaro ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que incluiu buscas e apreensões, além de tornozeleira eletrônica e restrições de horário para Bolsonaro.
Esse episódio aumentou as tensões políticas, não apenas entre o Brasil e os Estados Unidos, mas também dentro do próprio cenário político brasileiro, que agora acompanha de perto as repercussões dessa medida na relação entre os dois países e no equilíbrio das instituições democráticas nacionais.
As informações são da Agência Brasil.