O ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes voltou a incendiar o debate político nacional nesta quinta-feira (18) ao divulgar um vídeo agressivo nas suas redes sociais, onde atacou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ciro chamou a polarização entre ambos de “de araque” e um “liquidante para o Brasil”, destacando sua insatisfação com o atual cenário político e sugerindo que não abandonou o jogo da política nacional.
A repercussão foi rápida e direta. Horas depois da publicação do vídeo, o Partido Liberal (PL) anunciou que terá candidaturas próprias ao Governo do Ceará e ao Senado nas eleições de 2026, sinalizando o rompimento de qualquer possível aliança com Ciro e sua provável candidatura. O movimento é uma resposta clara às críticas do ex-governador, que há algum tempo vem questionando a condução da política nacional pelos dois ex-presidentes.
No vídeo, Ciro afirmou: “Querem polarizar? Sigam destruindo o nosso país”. Ele comentou, com indignação, sobre a crise diplomática e econômica envolvendo a imposição de uma sobretaxa de 50% pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. O ex-ministro ressaltou que a medida comprometeria milhões de empregos em setores estratégicos, como a fruticultura, a indústria calçadista, a siderurgia e até a Embraer. Em seguida, acusou Lula de “comemorar” a crise para obter ganhos eleitorais e criticou Bolsonaro pela “burrice” de alimentar o conflito com os EUA.
A crítica de Ciro não se limitou à economia. Ele também atacou diretamente a gestão do presidente Lula, afirmando que o Brasil está sendo prejudicado por uma política econômica de juros elevados e uma “generalização da corrupção” no governo petista. Segundo Ciro, a administração do petista está impondo ao país “a maior taxa de juros do século”, algo que, para ele, prejudica diretamente a população e os pequenos empresários.
A fala de Ciro também teve forte tom de denúncia e ironia, e ele reafirmou seu desejo de continuar ativo na política. “Vou tentar superar a minha tristeza e expressar a minha revolta com este quadro”, disse ele, indicando que deve retomar uma postura mais combativa e frequente nas discussões sobre o cenário político nacional. Ciro, que já havia sido mais discreto após a derrota nas urnas em 2022, parece estar se reposicionando como uma oposição crítica à gestão tanto de Lula quanto de Bolsonaro.
O ex-presidenciável ainda usou o escritor inglês Samuel Johnson para atacar o uso político do patriotismo, dizendo que ele é “o último refúgio do canalha”, e reforçou sua crítica às áreas de economia, saúde e segurança institucional, mencionando especificamente as falhas de gestão do governo federal.
Com esse posicionamento, Ciro Gomes não só reitera sua disposição de continuar no cenário político, mas também provoca o rompimento com o PL do Ceará, que, até então, poderia estar considerando um apoio à sua candidatura em 2026. O cenário parece estar se tornando ainda mais fragmentado, com novas alianças e rompimentos se desenhando nas preparações para as eleições de 2026.
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