O adolescente de 14 anos suspeito de ter atirado no senador Miguel Uribe, pré-candidato à Presidência na Colômbia, declarou-se inocente nesta terça-feira (10) do crime de “tentativa de homicídio” acusado pelos promotores, disse uma fonte à agência de notícias AFP.
Também acusado de porte de armas, ele foi detido no sábado após supostamente disparar três vezes contra Uribe, que discursava durante evento de campanha em um parque da capital Bogotá. O líder está em tratamento intensivo e seu estado de saúde é estável, mas crítico, de acordo com o último relatório médico. “Continuamos a tomar as medidas necessárias para mitigar o impacto dos ferimentos”, acrescentou o hospital. Ele foi atingido por dois tiros na cabeça e outro no joelho.
O adolescente —descrito pela polícia, nos primeiros momentos, como tendo 15 anos— foi preso sob suspeita de tentar assassinar o pré-candidato. Ele tentou fugir e foi alcançado a cerca de 350 metros do local por seguranças de Uribe, de acordo com uma análise feita pela AFP com base em georreferenciação e gravações de testemunhas e câmeras de segurança.
Ferido em uma perna e deitado de bruços no chão, o suposto autor gritava que estava disposto a colaborar com as autoridades e ainda afirmou: “Desculpe, fiz isso por dinheiro, pela minha família”. A procuradora-geral, Luz Adriana Camargo, disse nesta segunda (9) que o adolescente foi operado devido ao ferimento do tiro que levou.
O diretor da Polícia Nacional colombiana, general Carlos Triana, informou que a pistola modelo Glock supostamente utilizada por ele no atentado contra Uribe foi comprada legalmente no Arizona, Estados Unidos, em 2020. Ainda não há informações sobre como o objeto entrou na Colômbia.
O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, afirmou que o adolescente foi usado por criminosos, e as autoridades procuram os autores intelectuais do ataque.
O suposto atirador morava com uma tia em uma área de baixa renda da capital, o bairro Villas de Alcalá. Segundo as autoridades, que vasculharam a casa do menino, sua mãe faleceu e o pai não está no país. Relatos de pessoas próximas indicam que ele estaria na Polônia, servindo como voluntário na Guerra da Ucrânia.
Com esse contexto, segundo os oficiais, o adolescente já havia sido contatado pelo Instituto Distrital para a Proteção da Criança e da Juventude. O presidente Gustavo Petro afirmou, no X, que “o governo distrital já havia identificado o conflito do menino assassino, acolheu-o em um de seus programas e o transferiu para um dos programas do governo: Jovens em paz”.
A iniciativa citada por Petro pretende ajudar jovens em situação de extrema pobreza ou que residem em áreas violentas para, segundo o governo, evitar que sejam vítimas da ilegalidade. “O relato que tenho dos profissionais é que ele demonstrou uma personalidade completamente conflituosa, incapaz de estabelecer conexões intersociais. Ele permaneceu dois meses, não frequentou nenhuma aula e depois abandonou o curso voluntariamente”, acrescentou o presidente.