As sedes das entidades investigadas por desviar R$ 430 milhões de aposentados no Ceará não passam de fachadas, segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação recai sobre a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN) e a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB), que tiveram seus endereços transferidos para bairros centrais de Fortaleza, mas não demonstram qualquer sinal de operação regular.
Técnicos da CGU estiveram nos dois novos endereços — um na Avenida Desembargador Moreira, nº 1100, na Aldeota, e outro na Rua Barão do Rio Branco, nº 1051, sala 521, no Centro — e constataram que os locais não possuíam atendimento ao público, tampouco dispunham de estrutura física ou pessoal. A ausência de atividade reforça a suspeita de ocultação e tentativa de dificultar a atuação dos órgãos de controle e investigação.
As duas entidades foram presididas pela advogada cearense Cecília Rodrigues Mota, apontada como uma das principais articuladoras do esquema. Ela é alvo da Polícia Federal em uma megaoperação que investiga um desvio estimado em R$ 6,3 bilhões de aposentados em todo o Brasil.
A investigação avança com a colaboração entre CGU, Polícia Federal e Ministério Público Federal. O caso tem causado indignação entre os aposentados, principais vítimas da fraude, e levantado questionamentos sobre os mecanismos de controle sobre entidades que firmam convênios para descontos diretos em benefícios previdenciários.
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