A recente reformulação ministerial promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxe mudanças estratégicas no governo, mas também expôs disputas internas e polêmicas. Com a nomeação de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, para a Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha foi deslocado para comandar o Ministério da Saúde. Entre os nomes cogitados para assumir a pasta estava o deputado federal José Guimarães (PT-CE), mas sua indicação perdeu força após seu nome ser citado em uma investigação da Polícia Federal sobre um esquema de corrupção.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo, Guimarães foi mencionado em uma apuração que envolve o suposto desvio de recursos de emendas parlamentares destinadas à área da saúde no município de Choró, no Ceará. Em mensagens interceptadas pela PF, um empresário teria sugerido a destinação irregular de 12% de uma emenda no valor de R$ 1,5 milhão, que teria sido apadrinhada pelo deputado. Apesar da menção ao seu nome, Guimarães não é formalmente investigado no caso.
Advogado de formação e figura influente dentro do PT, José Guimarães exerce seu terceiro mandato consecutivo como deputado federal pelo Ceará. Ao longo de sua trajetória política, já ocupou cargos de liderança, como líder da bancada do partido na Câmara e vice-líder do governo.
A decisão de vetar seu nome para o Ministério da Saúde reforça a preocupação do governo em evitar desgastes políticos em meio a uma série de desafios administrativos. Com a polêmica envolvendo Guimarães, Lula optou por um nome mais consolidado para a pasta, buscando manter a estabilidade e minimizar ruídos dentro da base aliada.