O comandante do Estado-Maior do Exército israelense afirmou neste sábado (2) que, se os reféns em poder do Hamas não forem libertados da Faixa de Gaza, o “combate continuará sem trégua”.
“Acredito que, nos próximos dias, saberemos se conseguiremos alcançar um acordo para a libertação dos nossos reféns”, afirmou o tenente-general Eyal Zamir durante uma visita às tropas no território palestino, segundo um comunicado militar.
Zamir “fez uma visita ao território e uma avaliação da situação” na sexta-feira na Faixa de Gaza, acompanhado por vários comandantes do Exército, de acordo com o comunicado.
“A guerra continua e vamos adaptá-la à realidade que sofre alterações de acordo com nossos interesses”, declarou. O conflito foi desencadeado pelos ataques do grupo terrorista Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que provocaram a morte de 1.219 pessoas do lado israelense, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.
Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 49 continuam como reféns em Gaza, incluindo 27 que foram declaradas mortas pelo Exército.
A contraofensiva de Israel já deixou mais de 60 mil mortos em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Neste sábado (2), Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, se reuniu em Tel Aviv com as famílias dos reféns israelenses que permanecem em cativeiro. Cercado por seguranças, Witkoff seguiu até a chamada Praça dos Reféns.
Recebido com gritos de “Tragam-nos para casa agora”, Witkoff conversou com membros das famílias em um prédio próximo à praça.
Centenas de pessoas, algumas vestidas de preto e exibindo fotos de seus parentes, protestaram no local, que se tornou o ponto de encontro das famílias dos sequestrados e dos manifestantes que exigem o fim da guerra.
“Basta”, afirmou Michel Ilouz, pai do refém Guy Ilouz. “Quanto mais tempo poderemos continuar sendo atormentados? Em breve, chegaremos a dois anos de sofrimento indescritível, 666 dias de trauma.”
“A guerra deve acabar. O governo israelense não acabará com a guerra por vontade própria. É preciso detê-lo”, afirmou Yotam Cohen, irmão do refém Nimrod Cohen. “Devem ser tomadas todas as ações possíveis para deter o governo israelense, conseguir um cessar-fogo, acabar com a guerra. Não temos mais tempo. Nada está funcionando”, disse, diante de arames farpados colocados no chão para simbolizar a detenção e o sofrimento dos sequestrados.