Acordo silencioso sobre tragédia de Marília Mendonça causa revolta

A origem do impasse

Segundo apuração da reportagem, a apólice somava mais de US$ 2 milhões. O montante, inicialmente mantido sob sigilo, teria sido dividido de maneira desigual entre os herdeiros dos cinco ocupantes da aeronave: Marília Mendonça, seu produtor Henrique Bonfim Ribeiro (Henrique Bahia), o assessor Abiceli Silveira Dias Filho, o comandante Geraldo Medeiros e o copiloto Tarciso Viana.

A mãe da artista, dona Ruth, teria reivindicado uma fatia maior, sustentando que a filha, por ser jovem e artista em ascensão, representava maior potencial de retorno financeiro. A alegação causou incômodo entre os demais familiares.

Vozes que se manifestam

George Freitas, pai do produtor Henrique Bahia, criticou diretamente a lógica da negociação. “Se eu exijo mais para uma parte que para outras em um acidente que ceifou cinco vidas, é que ela deve ter dado mais importância à filha dela”, disse.

Já Euda Dias, ex-companheira do piloto Geraldo Medeiros, afirmou que os demais herdeiros se sentiram pressionados a aceitar a proposta. “Eles já vieram com uma história montada, pronta, para tentar convencer a gente de que aquilo era o certo”, relatou.

Apesar de não terem contestado o acordo judicialmente, os familiares dizem que optaram por aceitar os termos para evitar um litígio longo e desgastante, que poderia postergar por anos o recebimento dos valores. “Nós sabíamos que era injusto, mas aceitamos”, completou Freitas.