A União Progressista (UP) — federação que reúne o União Brasil e o Progressistas (PP) — decidiu adotar uma posição clara contra as propostas de aumento de impostos defendidas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O anúncio foi feito pelo presidente nacional da federação, Antonio Rueda, que também sinalizou um afastamento político do governo federal e, por extensão, do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).
Segundo Rueda, os parlamentares da UP votarão contra medidas consideradas estratégicas pela equipe econômica de Lula, como a taxação das apostas esportivas (bets), da construção civil e do agronegócio. “São setores essenciais para o crescimento do país, que não podem ser penalizados com mais carga tributária”, afirmou o dirigente.
Impacto no Ceará
A decisão repercute diretamente entre os parlamentares cearenses da federação. No Estado, a UP conta com cinco deputados federais: Fernanda Pessoa, Moses Rodrigues, Danilo Forte, Dayany Bittencourt (todos do União Brasil) e AJ Albuquerque (Progressistas). Com a nova diretriz da cúpula nacional, a expectativa é que os cearenses sigam a orientação e votem contra os projetos do Palácio do Planalto.
Além do impacto no Congresso, a medida tem desdobramentos no cenário político local. Ao endurecer o tom contra o governo federal, a UP também envia um recado ao governo estadual: o grupo não pretende caminhar ao lado de Elmano de Freitas em 2026. A federação, que já vinha adotando postura crítica ao petismo em Brasília, agora se consolida como força de oposição no Ceará.
Construção de novo campo político
A movimentação reforça a estratégia da UP de se apresentar como uma alternativa de centro-direita ao projeto petista nos próximos embates eleitorais. Ao se distanciar de Lula e Elmano, a federação sinaliza que buscará protagonismo nas disputas majoritárias, inclusive com possível candidatura própria ao Palácio da Abolição.
Nos bastidores, a leitura é de que a UP trabalha para consolidar uma frente mais ampla no Nordeste, mirando alianças com setores do bolsonarismo e de outros partidos insatisfeitos com a condução econômica do governo federal.