O vereador Renan Martins, de Paraipaba, voltou a ocupar seu assento na Câmara Municipal na última quinta-feira (5), sob forte esquema de segurança e intensos protestos populares. Ele é acusado de atropelar e matar as jovens primas Isabele e Yasmin, de 16 e 14 anos, em 26 de janeiro deste ano, e estava afastado do cargo há quatro meses.
A chegada de Renan ao plenário, escoltado por quatro seguranças, foi recebida com indignação por dezenas de moradores que tomaram as dependências da Câmara. Cartazes com pedidos de justiça foram erguidos e palavras de ordem entoadas em memória das adolescentes. As mães das vítimas passaram mal durante o protesto e chegaram a desmaiar diante do impacto emocional do retorno do parlamentar.
A tensão escalou ao longo da tarde. O vereador só conseguiu deixar o local com o reforço da Polícia Militar, que precisou intervir para evitar um possível linchamento. Do lado de fora, manifestantes aguardavam Renan Martins com gritos de revolta, exigindo sua prisão e afastamento definitivo da vida pública.
Nos bastidores, o clima também foi de hostilidade. Testemunhas relatam que o vereador discutiu com colegas de plenário e teria ameaçado expor supostos segredos dos parlamentares caso não recebesse apoio. “Se não me apoiarem, eu conto tudo. Vai cair todo mundo”, teria dito, em tom exaltado.
A indignação tomou conta dos corredores da Casa Legislativa. Dois quadros com fotos de Renan Martins foram quebrados por manifestantes, que permaneceram gritando “justiça!” até a saída do vereador.
A volta de Renan à Câmara, mesmo com o processo judicial ainda em andamento, reacendeu o debate sobre a legitimidade de mandatos políticos frente a graves acusações criminais. A comoção popular aponta que a sociedade de Paraipaba não aceita o retorno do parlamentar sem uma resposta concreta da Justiça.
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Vídeo: Vereador de Paraipaba acusado de matar meninas volta à Câmara sob protesto – Vídeo 2