O advogado e escritor Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos e tio do atual presidente nacional do PSB, João Campos, fez duras críticas públicas à condução do partido diante das suspeitas de envolvimento de políticos ligados ao crime organizado no Ceará. Em declaração contundente, ele afirmou: “O vermelho do PSB não pode ser do Comando Vermelho”, exigindo uma resposta imediata da sigla.
A crítica direta expõe uma fissura interna no partido e reforça a crescente preocupação com a atuação de facções criminosas em ambientes institucionais. O Ceará tem sido um dos estados mais afetados pela expansão de grupos como o Comando Vermelho, cuja presença deixou de ser apenas nas periferias e passou a preocupar autoridades pelo seu suposto avanço sobre o cenário político.
Antônio Campos, que já disputou cargos eletivos e mantém influência dentro do PSB, lançou pressão direta sobre seu sobrinho, João Campos — atual prefeito do Recife e presidente nacional do partido — ao cobrar uma postura firme e transparente. Segundo ele, é inaceitável que o partido que carrega o nome do socialismo seja, mesmo que indiretamente, associado a práticas criminosas ou conivente com estruturas de poder corrompidas.
Nos bastidores, o PSB vem enfrentando questionamentos sobre filiados e aliados no Ceará que estariam sob investigação por supostos vínculos com o crime organizado. A legenda, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre as declarações de Antônio Campos nem sobre as suspeitas envolvendo lideranças locais.
A cobrança pública evidencia o tamanho do desafio enfrentado pelos partidos brasileiros diante do avanço de facções criminosas que, segundo autoridades e investigações, tentam ampliar sua influência também nas esferas políticas.