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    Política

    A nova arma que está mudando rumo da guerra na Ucrânia

    JornalismoPor Jornalismojunho 3, 20258 Minutos
    A imagem mostra os restos de um edifício em ruínas, com paredes de tijolos e escombros espalhados pelo chão. Dois chaminés de tijolos permanecem em pé, cercadas por árvores parcialmente queimadas. O céu está claro, com algumas nuvens, e ao fundo, é possível ver outras construções e vegetação.
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    Um odor acre cobre a cidade de Rodynske, na região ucraniana de Donetsk. E, poucos minutos depois de entrarmos na cidade, podemos observar de onde ela vem.

    Uma bomba planadora de 250 kg atingiu o principal edifício administrativo da cidade e destruiu três blocos residenciais. Nossa visita ocorre um dia após a explosão, mas ainda se vê fumaça saindo de parte dos destroços. Dos limites da cidade, ouvimos o som da artilharia e tiros. São soldados ucranianos derrubando drones russos.

    Rodynske fica a cerca de 15 km ao norte da conturbada cidade de Pokrovsk. A Rússia vem tentando capturá-la a partir do lado sul desde o ano passado, mas, até agora, as forças ucranianas conseguiram impedir a marcha dos soldados russos. Por isso, a Rússia mudou de tática, passando a sitiar a cidade, interrompendo suas vias de abastecimento.

    Os frenéticos esforços diplomáticos das últimas duas semanas para estabelecer um cessar-fogo na Ucrânia fracassaram. A Rússia intensificou seus ataques e, desde então, realizou seus avanços mais significativos desde o mês de janeiro.

    A prova está na cidade de Rodynske. Minutos depois da nossa chegada, ouvimos um drone russo sobre as nossas cabeças. Nossa equipe corre para a cobertura mais próxima disponível: uma árvore.

    Nós nos comprimimos junto à árvore para que o drone não nos veja. Segue-se o som alto de uma explosão —um segundo drone, que atinge as proximidades. O primeiro drone ainda paira acima de nós. Por mais alguns minutos, ouvimos o som sibilante e assustador daquela que se tornou a arma mais mortal desta guerra.

    Quando não conseguimos mais ouvi-lo, aproveitamos a oportunidade para correr em busca de uma cobertura mais sólida, em uma construção abandonada a cerca de 30 metros de distância. Do abrigo, ouvimos novamente o drone. Ele pode ter retornado depois de observar a nossa movimentação.

    A invasão de Rodynske por drones russos é uma evidência de que os ataques vêm de locais muito mais próximos do que as posições russas conhecidas, ao sul de Pokrovsk. Muito provavelmente, eles vêm de territórios recém-capturados, como uma estrada importante que leva do leste de Pokrovsk até a cidade ucraniana de Kostyantynivka.

    Depois de meia hora esperando no abrigo, não conseguimos mais ouvir o drone. Nós, então, nos movimentamos rapidamente até o nosso carro, estacionado embaixo da árvore. Saímos de Rodynske a toda velocidade. Ao lado da estrada, observamos a fumaça subindo e algo queimando. Provavelmente, um drone que foi derrubado.

    Maior tempo de deslocamento

    Seguimos para Bilytske, que fica mais distante da linha de frente. Observamos uma fileira de casas destruídas por um ataque noturno com mísseis. Em uma delas, morava Svitlana, 61. “Está ficando cada vez pior”, ela conta. “No início, podíamos ouvir explosões distantes, eles estavam longe. Mas, agora, nossa cidade está sendo atacada —estamos vivenciando por nós mesmos.”

    Svitlana recolhe alguns pertences entre os destroços da sua casa. Felizmente, ela não estava ali quando ocorreu o ataque. “Vá até o centro da cidade e você verá o quanto foi destruído ali”, ela conta. “A padaria e o zoológico também foram destruídos.”

    Encontramos soldados da unidade de artilharia da 5ª Brigada de Assalto ucraniana, em um abrigo fora do alcance dos drones. “Você pode sentir o aumento da intensidade dos ataques russos”, conta Serhii. “Foguetes, morteiros, drones… eles estão usando tudo o que têm para interromper as vias de abastecimento que levam à cidade.”

    Sua unidade aguarda há três dias para voltar para se movimentar. Eles esperam pela cobertura das nuvens ou por ventos de alta velocidade, de forma a se proteger dos drones.

    Neste conflito em constante evolução, os soldados precisaram se adaptar rapidamente às novas ameaças representadas pelas mudanças tecnológicas. Os drones de fibra óptica são a mudança mais recente.

    Uma bobina com dezenas de quilômetros de cabo óptico é fixada à parte de baixo do drone e a fibra física é conectada ao controlador que fica com o piloto.

    “O sinal de vídeo e controle é transmitido de e para o drone através do cabo, não por frequências de rádio. Isso faz com que ele não sofra interferências por interceptores eletrônicos”, explica um soldado com o codinome Moderador, engenheiro de drones da 68ª Brigada Jaeger.

    Quando os drones começaram a ser empregados em larga escala na guerra na Ucrânia, os dois exércitos equiparam seus veículos com sistemas eletrônicos que conseguiam neutralizar os drones. Mas esta proteção evaporou com a chegada dos drones de fibra óptica.

    No momento, a Rússia está na frente no desenvolvimento destes aparelhos, enquanto a Ucrânia tenta alavancar a sua produção. “A Rússia começou a usar drones de fibra óptica muito antes de nós, quando ainda estávamos em fase de testes”, afirma Venia, responsável pela pilotagem de drones da 68ª Brigada Jaeger. “Estes drones podem ser usados em locais onde precisamos ir mais baixo do que os drones habituais. Podemos até entrar em casas e procurar alvos no seu interior.”

    “Começamos a brincar que, talvez, devêssemos carregar tesouras para cortar os cabos”, conta Serhii. Os drones de fibras ópticas também apresentam desvantagens. Eles são mais lentos, e o cabo pode ficar preso nas árvores.

    Mas, no momento, seu uso generalizado pela Rússia faz com que o transporte de soldados de e para suas posições, muitas vezes, passe a ser mais mortal do que o próprio campo de batalha.

    “Quando você entra em posição, você não sabe se foi identificado ou não. E, se tiver sido identificado, você pode já estar vivendo suas últimas horas de vida”, explica o sargento-chefe Oles, da unidade de reconhecimento da 5ª Brigada de Assalto. Esta ameaça faz com que os soldados passem cada vez mais tempo nas suas posições.

    Oles e seus subordinados são da infantaria. Eles servem nas trincheiras da linha de frente da defesa ucraniana. Atualmente, é raro que jornalistas falem com soldados da infantaria, pois ficou muito perigoso chegar a estas trincheiras.

    Encontramos Oles e Maksym em uma propriedade rural transformada em base improvisada. Aqui, os soldados vêm descansar quando não estão na linha de frente. “O máximo de tempo que passei em posição foram 31 dias, mas conheço gente que passou 90 e até 120 dias ali”, conta Maksym. “Antes da chegada dos drones, as rotações poderiam ser de três ou sete dias em posição.”

    “A guerra é sangue, morte, lama e um calafrio que vai da cabeça até o dedão do pé. É assim que você passa todos os dias”, conta. “Eu me lembro de uma vez em que não dormimos por três dias, ficamos em alerta a cada minuto. Os russos continuavam vindo contra nós, uma onda após a outra. O menor lapso teria significado a nossa morte”, relembra Maksym.

    Oles afirma que a infantaria russa mudou de tática. “No início, eles atacavam em grupos”, ele conta. “Agora, eles mandam apenas uma ou duas pessoas de cada vez. Eles também usam motocicletas e, em alguns casos, quadriciclos. Às vezes, eles chegam sem serem percebidos.”

    Isso significa que algumas partes da linha de frente não são mais linhas convencionais, com os ucranianos de um lado e os russos, do outro. Elas se parecem mais com tabuleiros de xadrez, onde as posições das peças podem ser intercaladas. Tal configuração dificulta a observação dos avanços de cada um dos lados.

    Apesar dos recentes ganhos da Rússia, não será fácil nem rápido tomar toda a região de Donetsk, onde fica a cidade de Pokrovsk. A Ucrânia reagiu duramente, mas precisa do abastecimento constante de armas e munição para sustentar a luta. E, à medida que a guerra entra no seu quarto verão (do hemisfério norte), fica também evidente a falta de soldados ucranianos frente ao exército russo, que é muito maior que o da Ucrânia.

    A maioria dos soldados que encontramos entrou no exército depois do início da guerra. Eles tiveram alguns meses de treinamento, mas precisaram aprender muito no front, em meio ao calor da guerra.

    Maksym trabalhou em uma empresa de bebidas antes de entrar no exército. Perguntei como sua família encara seu trabalho. “É difícil, é muito difícil”, responde ele. “Minha família realmente me apoia. Mas tenho um filho com dois anos de idade e não consigo vê-lo muito.”

    “Mas faço chamadas de vídeo para ele, de forma que tudo está bem, dentro do possível, nestas circunstâncias”, diz ele, enquanto seus olhos se enchem de lágrimas. Maksym é um soldado lutando pelo seu país. Mas também é um pai com saudade do seu filho de dois anos.

    Com colaboração de Imogen Anderson, Sanjay Ganguly, Volodymyr Lozhko e Anastasiia Levchenko.

    Este texto foi originalmente publicado aqui.

    Fonte Matéria

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