O deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) se posicionou contra a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias do INSS. Segundo o parlamentar, a apuração já está sendo conduzida de forma eficaz por órgãos competentes, como a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF).
Para Figueiredo, a proposta da CPMI tem viés midiático e desvia o foco dos verdadeiros responsáveis pelas irregularidades. “Vejo isso como uma pirotecnia. A CGU e a Polícia Federal já estão atuando. Se for para abrir uma CPI, que seja para investigar quem criou essa vergonha, que foi o ministro Paulo Guedes, durante o governo de Jair Bolsonaro”, afirmou o pedetista.
Além da polêmica em torno da CPMI, André Figueiredo também tem sido mencionado como possível sucessor de Carlos Lupi na presidência nacional do PDT, após a exoneração do ex-ministro da Previdência.
Fraudes bilionárias
A declaração do deputado ocorre em meio ao avanço das investigações sobre um esquema de fraudes no INSS. A Polícia Federal descobriu que diversas associações de aposentados vinham cadastrando beneficiários sem consentimento, utilizando documentos falsificados para aplicar descontos indevidos diretamente nos benefícios previdenciários.
Segundo a PF, o golpe pode ter causado um rombo de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, afetando milhares de aposentados em todo o país. As investigações apontam que o esquema se consolidou justamente durante o governo Bolsonaro, sob a gestão econômica de Paulo Guedes, que comandava o então Ministério da Economia.
A repercussão do caso deve seguir movimentando o Congresso, mas Figueiredo reforça que o caminho da responsabilização deve seguir os trilhos da apuração técnica e isenta — sem espetáculo político.
Veja fala de André Figueiredo