A Acadêmicos do Grande Rio levará para a Sapucaí um desfile inspirado nas Pororocas Parawaras e nas riquezas culturais do Pará. A agremiação promete uma apresentação grandiosa, unindo tradição e modernidade para encantar o público. Desse modo, a tricolor propõe uma jornada mística e cultural ao estado do Pará.
Christian Chávez, do RBD, estará no desfile da Grande Rio
Uma curiosidade se destaca: o samba-enredo é assinado por compositores paraenses. Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes são os autores.
Aliás, Mestre Damasceno, um dos bambas da “Deixa Falar”, é quilombola do Salvá, no Município de Salvaterra, no Arquipélago do Marajó, e também criou o “Búfalo-Bumbá”. Ele tem deficiência visual desde os 19 anos.
O espírito de união da comunidade continua sendo, antes de mais nada, um dos pilares da escola. Figura querida entre os integrantes, David Brazil destacou a importância desse vínculo. “Foi a comunidade que me acolheu”, afirmou ele, reforçando a forte ligação entre os componentes.
Ritmos paraenses e homenagem histórica
O casal de mestre-sala e porta-bandeira trará um diferencial para o desfile ao incorporar elementos das danças típicas do Pará. “Buscamos inspiração diretamente no Pará para trazer a essência das danças regionais. Estamos inovando com muito carinho e estudo”, revelou o mestre-sala, entusiasmado com a proposta.
Estreando na folia carioca como uma das musas da Grande Rio, Patrícia Poeta destacou sua alegria ao participar desse momento especial. “Estou tão feliz! É uma mistura de sensações, acima de tudo um banho de cultura que o carnaval popular nos proporciona”, disse a apresentadora, emocionada com a homenagem e imersa no clima do desfile.
Confira a letra do samba da Grande Rio
A Mina é cocoriô!
Feitiçaria parauara
A mesma lua da Turquia
Na travessia foi encantada
Maresia me guia sem medo
Pro banho de cheiro
Na “en-cruz-ilhada”, espuma do mar
Fez a flor do mururé desabrochar
Pororoca me leva… Pro fundo do igarapé
Se desvia da flecha, não se escancha em puraqué
Quem é de barro no igapó é Caruana
Boto assovia (oi) mãe d’agua dança!Se a boiúna se agita… É banzeiro! Banzeiro!
Quatro contas, um cocar!
Salve a arara cantadeira!
Borboleta à espreita…
E a onça do Grão-ParáNa curimba de babaçuê
Tem falange de ajuremados
A macaia codoense é macumba de outro lado
Venham ver as três princesas ‘baiando” no curimbó
É doutrina de santo rodando no meu carimbó!E foi assim… Suas “espadas” têm as ervas da Jurema
Novos destinos no mesmo poema
E nos terreiros, perfume de patcholi
Acende a brasa do defumador
Pra um mestre batucar a sua fé
Noite de festa! Curió marajoara…
Protege Caxias nas águas de Nazaré!
É força de caboclo, vodun e orixá!
Meu povo faz a curva como faz na gira!
Chama Jarina, Herondina e Mariana
Grande Rio firma o samba no Tambor de Mina!